quarta-feira, 29 de julho de 2015

O Avestruz de Toga



O que sabes tu de mim?
Sempre a olhar em seu umbigo profundo...
O que sabes de mim?


Logo tu que abortou ler a vida real
para lê-la apenas nos livros?
O que sabes você das coisas que não viveu?
Palmatória do mundo, atrasada ate mesmo na pratica da violência ...
Caístes em desuso...
Tardio até para isso!
Sobrou-lhe apenas a tentativa do escárnio,
de condenar-me  por queimar o meu dinheiro, por tragar-lo...
por redimi-lo em bastonetes de fumo com vinte unidades o maço...
Free... Free... Free...
Sim, ironicamente, não somos livres...
Ninguém o é de fato!
Nem tu  é realmente, pois vive preso nessa falsa toga de juiz do mundo.
Travestido do que nunca foi, segue sua vida de avestruz de toga, com a sua cabeça enterrada no próprio umbigo.
Lambendo suas partes intimas, nunca saberá o que seja despertar orgasmo a não ser a si mesmo...
A vida real não se aprende em livrinhos de catecismos do inicio do século, tão pouco se aprende nas masturbações de ego que costuma fazer.
Não invejo ninguém, tão pouco você me desperta inveja.
Mais pobre que eu financeiramente, é você de alma, pois não consegue fazer nada que não seja cobrado direta ou indiretamente...
O que torna um homem menos parvo, nunca foi o saldo de sua conta bancaria, tão pouco as caridades esperançosas de reconhecimento que ele o faz, mas o desejo profundo de querer bem ao outro ainda que este pense diferente dele.
Amar é dar liberdade de escolha...
Liberdade é escolher sem precisar temer a repreensão...
Sei que para você é difícil compreender isso...
Sei que para você é difícil compreender muitas coisas que existem fora do seu umbigo,
"No meu mundo compramos coisas, mas nunca nos vendemos por elas".

Dersan Magalhães
29.07.2015