quarta-feira, 1 de julho de 2020

Quarto vazio...

Ao sair feche a porta. Não deixe nada por fazer antes da sua partida.
Para que não seja preciso seu retorno, certifique-se de ter feito tudo antes...
Leve tudo que lhe couber no peito. 
se preciso, faça uma lista e va riscando cada item. 
Não deixe nada por dizer e se permita ouvir cada palavra que lhe for proferida, mesmo que tudo lhe pareça injusto.
 Permita que seu coração seja liberto. 
O fim não é menos importante que o início, pois a seguir precisará de um recomeço.
Tudo que ouvir e falar poderá ser crucial para a próxima respiração, para o proximo passo. Não se constrói uma nova casa trancado-se em seu quarto antigo. 
Se ao ouvir algo desagradável lhe ferir, saiba: oque lhe mata é engolir o não dito. Na duvida, ao sair, sacuda a poeira da roupa e feche a porta com leveza e temperança pois mesmo machucado hj, no futuro oque lhe atormentarà será a possibilidade de ter respondido com força demasiada. 
Na vida, poucas coisas nos corroem mais que a culpa por ferir alguém, quando ferir já se tornou desnecessário.
 Seja leve ao ser firme no fechar da porta, para que a firmeza também seja mais leve pra voce e não lhe cause ecos na alma. ser prudente com quem está no quarto é indispensável!
Ao sair, se o quarto já estiver em silencio, apenas saia, mas nem se preocupe em deixar adeus. dispedir-se de um quarto vazio é sinal de loucura. 
Apenas saia sem deixar nada por fazer...
mas com.a certeza que fez o seu melhor enquanto esteve no quarto vazio.

Dersan Magalhães
01/07/2020

terça-feira, 28 de maio de 2019

Poema velho trem

O trem esta parado. A velha máquina já não se
destoa da paisagem.
Segue aparentemente resistindo as intempéries do tempo, mas o velho trem enferrujado e carcomido pelo abandono, nem aparenta já ter transportado alegrias, impulsionado encontros, movimentado vidas...
Não tem mais apitos, nem fumaça branca. A muito não visita a plataforma da estação. Já não é razão de ansiedades, ou anseio de quem deseja um reencontro. O velho trem repousa abandonado como tudo que já não tem utilidade... o velho trem está morto e talvez apenas aos seus maquinistas tenha deixado saudades... estrovenga na modernidade esta longe de seus aurios dias onde tudo se ouvia por ele.. 

seus trilhos, enterrados ou desaparecidos no lamaçal , já foram sinônimo de retidão de caráter e o velho trem da história por ele também já foi esquecido.

Já não temos tempo de nada, nem para amar temos tempo...

Somos trens abandonados a beira da estrada

Dersan Magalhães

27.05.2019

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Poema-074 O concreto e o Inox

"O concreto e o Inox"

Sou sentimental de mais...
Acusado de ser demasiadamente romântico, fui deixado para traz
como um fardo. Intolerante aos calculistas, céticos que acreditam em um mundo onde, ainda que seja movido por princípios comerciais, de status e títulos de papel, não  possa ser vivido com amor e sentimentalismo. 
De fato não fui eu que perdi mais!
Talvez não tenha notado, mas tu que perdeste a capacidade de ver o mundo colorido.
Amputada da doçura dos sentimentos, e adornada por seu mundo cinza concreto, você segue em busca de um jardim de inverno milimétricamente esboçado por uma arquiteta cheia de teorias e nenhuma prática de plantio. Chegará o dia em que apenas as folhagens de plástico lhe restarão e nada ou pouco poderá fazer...
Sim!
 Meu mundo não foi construído com escalimêtros ou calculadoras HP!
 Sim!
Ainda que minha vida não possa ser descrita por uma planta ou maquete baseada nas leis da estética geométrica ou da física, eu a viverei plenamente sem que seja preciso apoiar – me no corrimão de inox que planejaste pra ti!
Seguirei, ainda que continue a tropeçar...
Teu inox já não me aparenta ser ouro branco, tão pouco prata ele aparenta ser...
Recuso-me a aceitar este moderno metal frio, que não transmite personalidade, apenas função. Muito mais seduzido por balaústre
e corrimão torneados de forma artesanal, seguirei a procura de uma nova fórmula para reinventar – me.
Não descrente do amor ou da poesia, não cético da necessidade de continuar  apaixonando-me por tudo a minha volta, mas tentando condensar o que aprendi até agora e reinventar – me a partir do segundo seguinte.
Se todos como você evoluírem para o estado de máquinas, quem sobrará para liga-los ?


Dersan Magalhães
10.Jan.2015

terça-feira, 15 de maio de 2018

Poema-073 Umedecido da vida que...



Umedecido da vida que...

vou passar a tarde olhando para seus olhos...
se dos olhos, dizemos que são a janela da alma, nos teus, vi um oceano...
se fixar-me nesse olhar, molho-me mergulhando...
ainda que em pensamento, em tudo que nele se esconde



a vida que dele brota... com suas marcas, rasga-me...
e como fonte, mato minha sede apenas por vê-lo umedecido da vida que já testemunhou, mas eu não vivi...
somos canetas nas mãos de um poeta astral.
Quem tem sede de viver, mas limita se pelo medo do desconhecido, é apagado pelo tempo...
somos rabiscos... somos versos...
Somos feitos a partir do desconhecido que nos seduz...
De amores coagulados...
De caminhos  rompidos...
De desencontros...
De turbulentos queimar de alma...
Somos olhares e bocas rubras.
Somos fumaça de um incenso que acalma um ao outro.
Distantes, somos pajé em constante transe...
falamos por osmose, sem som ou dialeto audível...
Apenas um olhar me basta,
pra me molhar a alma...
pra eu revisitar meus dias áureos.
Somos rabiscos...
somos amor coagulado, queimando a alma...
Somos eternos, Somos ternos...
somos magma, poeira, e oceano...
o mesmo que brotas de seus olhos, da sua janela.
somos mais além que um olhar apenas....
e ainda assim eu passaria a tarde toda olhando para seus olhos,
e fixar-me nesse olhar...
Banhar-me mergulhando...
Ainda que em pensamento...
E em tudo que nele se esconde...

Dersan Magalhães
15.05..2018

poema 067- Epifania


Epifania

"Não quero e não
posso aceitar da vida, beijos falsos e sexo aparentemente quente e febril...
Somos moldes
imperfeitos...
Somos apenas moldes
falho a se corrigir...
Somos um nada quando
nos engasgamos com as palavras que deveriam ter sido ditas...
Mas de que adianta
pronunciá-la agora?
De que adiantaria
pronunciá-la para seus ouvidos que já nem aqui estão mais...
De que valeria tal
palavra, pronunciada para ouvidos já surdos de desprezo?
Somos apenas moldes
falhos...
Somos um nada quando
nos enganamos...
seus surdos ouvidos,
que já nem aqui estão mais, emudecem-me...
De que valeriam as
palavra...
insípido amor que nos
abrevia a vida...
Somos nada quando nos
engasgamos com as palavras,
somos nada quando nos
enganamos com elas...
Não quero aceitar
beijos falsos e sexo aparentemente quente e febril...
somos moldes
desencaixados de uma vida poeticamente alva...
somos fruto de um
devaneio poético, de uma falsa Epifania.
E nas asas ficarão só
as marcas dos vôos...
Nem sempre tudo
vai  bem...
Viva como se fossemos
a cura...
Somos moldes
imperfeitos...
Somos a nossa
epifania... "

Dersan Magalhães
15.05.2018

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Poema 066 - Flores Mudas


Flores Mudas...

As flores não calam...
Em silêncio, elas falam para além do coração...
instalam-se onde os olhos não alcançam...
Cravam-se na memória de quem as recebe no instante do primeiro olhar, do primeiro perfume...
As flores não morrem...
Em silêncio elas nos faz brotar algo que já nem  imaginamos ser possível...
Criam raiz, nos dão esperança, despertam uma alegria muitas vezes perdida no tempo...
As flores não secam, cicatrizam, cauterizam velha ferida.
As flores não Falam e como as rosas do poeta, elas exalam o que de ti também exalaria se permitisse...
Margaridas, Tulipas, Rosas ou Orquídeas...
Nada muda no despertar das flores...
Elas, flores  despretensiosas
que apenas brotam,
agora figuram nas mãos dos apaixonados, dos admiradores secretos, dos amigos...
Quebrando gelo ou iceberg, costurando corações, embalando paixões ou amores platônicos...
As flores não falam, só exalam o amor, a admiração ou o respeito que já existia em silêncio.

Dersan Magalhães
14.05.2018

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Poema-065 Já me peguei falando de amor...

Já me peguei falando de amor para quem nunca foi capaz de
amar além de si mesmo...
Já me peguei empurrando quem nunca desejou circular para além de seu próprio umbigo...
Triste é não se reconhecer nas próprias sombras...
Triste verte arcado sobre  ela, à procurar uma semelhança inexistente...
Triste é mergulhar nesse vazio e não chegar ao fundo...
Cara na lama, caranguejando em busca de algo desconhecido aos olhos.
Casco rusticamente esculpido por uma vida que não foi traçada por você...
 Invólucro vazio de mim e de tudo que tentaram lhe plantar...
O valor que não vale, o beijo frio, o cheiro de mofo, de algo
esquecido no fundo do armário.
Quem dera nunca ter lhe falado dos meus medos e fraquezas, quem dera...
O rotulo roto, pregado em minha testa não me pertence, mas a ti lhe cai bem...
Já me embriaguei por perder quem nunca foi minha...
Já morri, já ouvi orgasmos que nunca existiram para além de sons e murmúrios...
Triste é  verte arcado sobre alguém, quando ela pensa na revista de fofoca ou nas tarefas alheias ao momento...
Triste e verte arcado sobre ela que nem queria estar ali...
 Ainda pensativa nas questões não resolvidas do seu trabalho, ela dissimula com facetas e fábulas...
Triste e verte, sem que me veja realmente...
Caranguejando em busca de algo desconhecido em seu mundo...
Tua lama não esconde seu umbigo, tão pouco eu me ajusto a ele. 
Triste e não se reconhecer nas próprias sombras...
Já me peguei falando de amor com quem nunca foi capaz de amar...
Já falei de amor para com quem nunca pegou a vida na mão...
Já me peguei falando para quem não amou além de si... 
Já chorei as minhas e as suas lagrimas...
Triste é não sentir o mel na língua, mas o fel na garganta.

Dersan Magalhães

poema-064 Súbito


Súbito

Ei de possuir-te, pérola minha...
e nada, nem ninguém, vai impedir que lhe de o que de melhor a vida lhe deva...
e serei eu o felizardo, o bem aventurado
por possuir tal doçura entre meus lençóis...
Ao rompe-la em beijos,
serei o feliz dentre tantos que lhe desejaram.
serei eu a mergulhar em seu mais profundo ser, a romper-lhe a bruma, a deslizar sob sua pele tenra e adocicada, a saciar-me...
poetas escreveriam sobre ti, sem ao menos chegar perto de tamanha felicidade,
mas eu morrei em silencio, apenas para não alardear minha plenitude...
És a realização de fantasias que eu nem sabia possuir...
És o doce de uma vida recheada de fel...
Sem que saibas, és a musa de um tolo, que por muito tempo desistiu da felicidade...
tudo estava desenhado, e sem que exista borracha para apagar o que já foi determinado, nos encontraremos para nossa felicidade...
pérola negra , musa dos dias mais escuros,

de minha existência...
Ainda que se negue a admitir, teu intimo já me reconhece como seu
e a mim só resta entregar-me
Cada palavra não pronunciada,
 cada jura silenciada,
eram apenas mais alguns instantes perdidos...
contra tudo que acreditamos, existe uma força maior,
 existe uma verdade que grita no peito.
de nada adiantaria uma vida se não nos deparássemos com o verdadeiro amor....
não aquele que nos tira a fala , mas aquele que nos da voz...
Aos poetas, um poema coerente de gramática
aos amantes, um amor verdadeiramente desconcertante basta.

Dersan Magalhães
25.04.2018

Poema -063 São meus pensamentos a fluir vento a fora...




São meus pensamentos a fluir vento a fora...
Hoje a  sombra lhe cai bem...
Hoje, nada combina ou rima...
Hoje tudo é desconexo, vazio de sentido.
Hoje pra ti, sou desconhecido e
você que outrora  inspirava-me versos e sonhos,
nem libido provoca mais...


Hoje, o quê é rezando pra um dia, nem sempre recebemos...
Talvez sejamos apenas estória de um tempo longínquo ou nem isso...
A mim, resta dizer que teu vazio consome meus dias
como também aprisiona-me em teu buraco negro...
Tua vida segue em frente...

Como os trens nas plataformas, sob si, tens os trilhos para guiá-la.
Eu, barco a deriva, perdido em turbilhões, girando em circulo...
sem ancora, porto, ou farol para guiar-me, o naufrágio torna-se cada vez mais evidente.
rezo por uma mão estendida, por um colete salva vida, ou uma bolha de ar...
Hoje, o quê é rezando pra um dia, nem sempre recebemos...
Talvez sejamos apenas estória de um tempo longínquo...
Talvez sejamos apenas mais um conto de desilusão, de amor naufragado...
ou nem isso...
  
São meus pensamentos a fluir vento a fora...
Talvez sejamos apenas estória...
Teu vazio consome meus dias...
Tua vida segue em frente...
Talvez sejamos apenas estória...
Hoje a  sombra me cai bem...
você que outrora  inspirava-me versos...
ainda hoje os inspira...
São meus pensamentos a fluir vento a fora...
Tua vida segue em frente...
Teu vazio  me consome...
Talvez sejamos apenas estória...
Talvez sejamos só poesia,
que nem libido provoca...
São meus pensamentos a fluir vento a fora...


Dersan Magalhães
24.04.2018

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Poema do não



Deixe-me toca-la com as palavras, pois minhas mãos, o tempo já impede...
Deixe-me dizer-lhe vagarosamente o que a boca já não pode, mas a mente insiste em provocar.
Tuas curvas, onde me perdia, ainda são nítidas em minha memória.
Nada apaga as sensações de um amor profundo e verdadeiramente consumado.
Nada destrói as verdades não ditas, nem as mentiras se sobrepõe sobre os corpos dos amantes...
Teu gosto ainda estala em minha boca com a mesma força que permanece viva em meu peito a felicidade de ter-lhe nos braços.
Teu colo foi meu ninho, meu refúgio, meu oásis...
Foste a musa de um amante silencioso...
Teu morder de lábios embalaram meus sonhos e todas as fantasias de um garoto tardio.
Rejuvenesci ao saciar-me em ti e  morri nos instantes seguintes em que lhe perdi.
Sem ti sou pouco!
Quase nada sabemos de uma felicidade plena e ainda assim a buscamos incessantemente... Atordoado por um modelo errôneo de felicidade, busquei em outros corpos oque só o teu conseguiu proporcionar-me.
Sopros de orgasmos, estão longe de ser felicidade fértil, de nos impulsionar para além de nós mesmos.
Perdi-me nas várias tentativas que fiz...
E em cada uma soou o teu nome em meus ouvidos...
Meus pensamentos retornam a você com a mesma frequência que meus pulmões imploram pelo ar...
Tua ausência mata-me, lenta e silenciosamente...
Minhas entranhas são corroídas por lembranças, pois só elas acompanham meus dias...
Deixe-me toca-la com as palavras, pois minhas mãos para ti já estão  mortas e que minhas palavras percorram cada canto de ti, e que me encontre escondido em seu íntimo...
Deixe-me toca-la com as palavras, e como orvalho refrescar teu deserto...
Deixe-me toca-la com as palavras, e desta vez ser eu o teu oásis.

Dersan Magalhães
16.10.2017

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

"Quando só os balões existem"

Estou seguindo em frente...
De cara pro vento, de peito aberto...
Talvez você se arrependa, talvez não...

Só os balões se inflam com o ar...
Meu coração precisa de sangue...
De ritmo, do compasso constante que você se negou a dar...

Você ainda não sabe, mas você parou no tempo onde só você era importante.
Uma leve brisa nao risca o chao,
Tao pouco tranporta montanhas.

Só os balões se inflam com o ar...
Meu coração precisa do sangue
que você se negou a dar,
do ritmo de um verdadeiro amante.

...Mas você que parou no tempo, onde só o ar te infla, vai se reconhecer vazia...
E como os balões que flutuam alto, você também voltará ao chão murcha e solitária.

Talvez você não soubesse, mas estou seguindo em frente...

Dersan Magalhães
03/11/2015

domingo, 29 de novembro de 2015



"Por de trás da cortina da janela...

sob a sombra de arvores, prédios... 


Perambulando por ruas que não vemos ou 


não nos damos conta que existe...


sentado, no banco de uma praça qualquer


cada um vive seu dilema, sua novela..."


Dersan Magalhães 29.11.2015



quarta-feira, 29 de julho de 2015

O Avestruz de Toga



O que sabes tu de mim?
Sempre a olhar em seu umbigo profundo...
O que sabes de mim?


Logo tu que abortou ler a vida real
para lê-la apenas nos livros?
O que sabes você das coisas que não viveu?
Palmatória do mundo, atrasada ate mesmo na pratica da violência ...
Caístes em desuso...
Tardio até para isso!
Sobrou-lhe apenas a tentativa do escárnio,
de condenar-me  por queimar o meu dinheiro, por tragar-lo...
por redimi-lo em bastonetes de fumo com vinte unidades o maço...
Free... Free... Free...
Sim, ironicamente, não somos livres...
Ninguém o é de fato!
Nem tu  é realmente, pois vive preso nessa falsa toga de juiz do mundo.
Travestido do que nunca foi, segue sua vida de avestruz de toga, com a sua cabeça enterrada no próprio umbigo.
Lambendo suas partes intimas, nunca saberá o que seja despertar orgasmo a não ser a si mesmo...
A vida real não se aprende em livrinhos de catecismos do inicio do século, tão pouco se aprende nas masturbações de ego que costuma fazer.
Não invejo ninguém, tão pouco você me desperta inveja.
Mais pobre que eu financeiramente, é você de alma, pois não consegue fazer nada que não seja cobrado direta ou indiretamente...
O que torna um homem menos parvo, nunca foi o saldo de sua conta bancaria, tão pouco as caridades esperançosas de reconhecimento que ele o faz, mas o desejo profundo de querer bem ao outro ainda que este pense diferente dele.
Amar é dar liberdade de escolha...
Liberdade é escolher sem precisar temer a repreensão...
Sei que para você é difícil compreender isso...
Sei que para você é difícil compreender muitas coisas que existem fora do seu umbigo,
"No meu mundo compramos coisas, mas nunca nos vendemos por elas".

Dersan Magalhães
29.07.2015

segunda-feira, 13 de abril de 2015

"Ouro de giz e chão de tolo"





To precisando de uma sacudida!!!
Na verdade, ando sem rumo.
Profissionalmente estou Feito a música do Raul Seixas" Ouro de tolo", e sentimentalmente tipo "Chão de giz" do Zé Ramalho...
Eu nasci a dez mil anos a trás, rabiscado em um chão de giz eu não vivo minha fase "Boca aberta esperando a morte chegar" nesse mundo de serra pelada, só existe ouro de tolo.
Como milhões de minhocas nos esbaldamos no banquete de terra, nos servimos da mesmice cotidiana...
Fazemos macumbas, oferendas, simpatias, promessas, orações...
Fechamos nossa igreja!
Lacramos o peito!
Apagamos a luz!
Tudo na esperança de que o amor perfeito chegue, e como um raio de um novo sentido a vida...
Que aja luz!
Ou Big Bang!
Anseio de nosso coração, nossa alma pudica.
Mas não!
Tudo é chão de giz...
É folha seca ao chão...
É outono...
É vazio...
Premonição da era glacial...
A paisagem na janela é apenas mais um quadro pintado por mãos hábeis, por de trás, é só tijolo e cimento!
Não existe janela, nem porta... Tudo é só mais uma das diversas paredes estofada que criamos.
Somos nosso próprio enfermeiro, à nos imobilizar...
Somos nós, à injetar alucinógeno em nossa veia quase seca...
Sim!
Somos a palidez original, a rigidez cadavérica, a mosca que pousou na nossa sopa.
Poetas a masturbar-se mais com a rigidez da métrica de um poema lúdico, do que com o sentido real das entrelinhas...
Pintor a lambuzar-se com suas tintas, para que seja confundido com a sua obra, ao invés de o ser reconhecido nela.
Ego centrista disfarçadamente difuso...
Camufladamente altruísta...
Essencialmente fugaz...
Sim somos artista em uma sociedade que não nos carece, que nos desdenha, que me nivela por você, falso amante da dialética...
Por tu, somos a poeira do chão de giz rabiscado por uma alma sonhadora...
Somos Tudo que não gostaríamos de ser...
Por sermos vistos misturado...
Como único tipo real, pasteurizado...
Vivendo de sonhos hibernados...
Atrás de uma sobrevivência...
"O gigante não voltou, ele não existe, tu ainda dorme"
Creio que ninguém esteja de fato acordado...
Talvez, o que estejamos é acomodados as paredes almofadadas e aos modelitos das camisas de força menos ásperas, apenas isso, mas não temos coragem de correr nu no parque do povo ou no Ibirapuera.
O que mais me parece real, aos olhos alheios, soariam como insanidade condenável a uma internação sumária.
Se é que me entende!
Na teoria, todos querem ser feliz custe o que custar...
Mas na prática, ninguém paga o preço real da felicidade, ser julgado impróprio não está nos planos de ninguém.
Todos fazemos contas de mais pra sabermos o quanto perderemos, quando na verdade nada é de fato subtraído e sim somado.
Toda vivência é soma, uma adição a experiência...
mas minha arte me talha...
Como a massa e soro, somos separados...
Acho que estou filósofo demais hoje!
Filosofar de mais, não deixa tempo pra gozar à vida... Na vida... E pela vida...
O filósofo é um quase eunuco.
Pensa, pensa, pensa, mas comer que é bom nada.
Só massageando o clitóris intelectual em um ato narcisista não se chega a lugar algum.
To cansado de ser filósofo, poeta, artista...
To cansado...
As vezes Ser um pedaço de carne, deva ser bom também!
Talvez tudo se resuma em comer e ser comido, e o resto sejam apenas banalidades inventadas pra nós tirar o foco.
Talvez não estejamos no topo da cadeia alimentar...
Talvez sejamos apenas formigas...
Minúsculas formigas...
...ou a folha...
...ou nada...

Dersan Magalhães

12.04.2015



quinta-feira, 26 de março de 2015

poema - Eu e tu...

Eu e tu...


Quero-te aqui sempre,
E que nada nos afaste!
Nem medo...
Nem mágoas...
Nem nada...
Nem mesmo tu!
Que sejamos eternamente unidos
E que tudo venha para unirmo-nos, ainda mais...
Nossos risos...
Nossas festas...
Nossa cumplicidade...
Que as alegrias nos transbordem por completo...
Sejamos mais que copos cheios a transbordar...
Sejamos o próprio transbordamento.
Sejamos indispensáveis um para o outro na mesma proporção.
E nesta ciranda criada por nossa alegria, pela ausência de medos e nossa cumplicidade...
Sejamos felizes por completo e também possamos nós,
Eu e você!
Proporcionar a felicidade de outras pessoas que estejam a nossa volta,
Porem não mais que nós mesmo, não às custas do nosso afastamento.
Que seja decretado crime contra a humanidade,
Qualquer tipo de felicidade que necessitem de tal afastamento.
Que o acusado...
Desalmado...
Egoísta...
Seja escarnado publicamente!
E seja ele um o exemplo,
Do que possa acontece,
Ao atrevido quem tentar,
Ou mesmo financiar,
A nossa separação.





Dersan Magalhães

07.11.12