Umedecido da vida
que...
vou passar a tarde
olhando para seus olhos...
se dos olhos, dizemos
que são a janela da alma, nos teus, vi um oceano...
se fixar-me nesse
olhar, molho-me mergulhando...
a vida que dele
brota... com suas marcas, rasga-me...
e como fonte, mato
minha sede apenas por vê-lo umedecido da vida que já testemunhou, mas eu não
vivi...
somos canetas nas
mãos de um poeta astral.
Quem tem sede de
viver, mas limita se pelo medo do desconhecido, é apagado pelo tempo...
somos rabiscos...
somos versos...
De amores
coagulados...
De caminhos rompidos...
De desencontros...
De turbulentos
queimar de alma...
Somos olhares e bocas
rubras.
Somos fumaça de um
incenso que acalma um ao outro.
Distantes, somos pajé
em constante transe...
falamos por osmose,
sem som ou dialeto audível...
Apenas um olhar me
basta,
pra me molhar a
alma...
pra eu revisitar meus
dias áureos.
Somos rabiscos...
somos amor coagulado, queimando a alma...
Somos eternos, Somos ternos...
somos magma, poeira,
e oceano...
o mesmo que brotas de
seus olhos, da sua janela.
somos mais além que
um olhar apenas....
e ainda assim eu
passaria a tarde toda olhando para seus olhos,
e fixar-me nesse
olhar...
Banhar-me mergulhando...
Banhar-me mergulhando...
Ainda que em
pensamento...
E em tudo que nele se esconde...
E em tudo que nele se esconde...
Dersan Magalhães
15.05..2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário