terça-feira, 15 de maio de 2018

poema 067- Epifania


Epifania

"Não quero e não
posso aceitar da vida, beijos falsos e sexo aparentemente quente e febril...
Somos moldes
imperfeitos...
Somos apenas moldes
falho a se corrigir...
Somos um nada quando
nos engasgamos com as palavras que deveriam ter sido ditas...
Mas de que adianta
pronunciá-la agora?
De que adiantaria
pronunciá-la para seus ouvidos que já nem aqui estão mais...
De que valeria tal
palavra, pronunciada para ouvidos já surdos de desprezo?
Somos apenas moldes
falhos...
Somos um nada quando
nos enganamos...
seus surdos ouvidos,
que já nem aqui estão mais, emudecem-me...
De que valeriam as
palavra...
insípido amor que nos
abrevia a vida...
Somos nada quando nos
engasgamos com as palavras,
somos nada quando nos
enganamos com elas...
Não quero aceitar
beijos falsos e sexo aparentemente quente e febril...
somos moldes
desencaixados de uma vida poeticamente alva...
somos fruto de um
devaneio poético, de uma falsa Epifania.
E nas asas ficarão só
as marcas dos vôos...
Nem sempre tudo
vai  bem...
Viva como se fossemos
a cura...
Somos moldes
imperfeitos...
Somos a nossa
epifania... "

Dersan Magalhães
15.05.2018

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