Somos artistas...
Sobrevivemos com pouco ou nenhum incentivo, nos contorcemos mês a mês para ultrapassarmos barreiras criadas, muitas vezes por pessoas que deveriam ser os facilitadores. Nossa arte nem sempre é compreendida, não pela ineficiência na forma de nos comunicarmos, mas pela falta de capacidade de alguns políticos, agentes e dirigentes culturais.
O que esperar de pessoas que não sabem diferenciar arte de um artesanato?
Somos forçados a colocar preços para criações que muitas vezes não tem preço que a pague de fato. Quem trata a arte como pedaço de carne não tem o direito de reclamar do artista que se comporta como açougueiro!
Creio que no trabalho artístico, exposição ou até mesmo uma decoração deva ser respeitado o processo criativo do artista, levando sempre em consideração à viabilidade de materiais e ferramentas disponibilizada para o mesmo. Um pedreiro até acentará tijolo por um valor ínfimo, mas fica impotente quando o contratante não viabiliza o cimento, a areia e os tijolos. Sim, somos artistas, mas não mágicos, malabaristas ou bufões, nossa arte se materializa de outras formas, como nossos colegas circenses dependemos da sensibilidade do público, mas dependemos ainda das ferramentas para que possamos desperta-la.
Ouve-se dizer que somos um povo privilegiado por nossa extensa área territorial, por nossa fauna, flora e recursos hídricos abundantes, por nossa diversidade cultural, porem deveríamos ser os primeiros á valorizar tais adjetivos. Será que já não é hora de acabarmos com esta Cultura de desvalorização?
Acostumamo-nos a ouvir termos como; salvaguardar, sustentabilidade, reciclagem estes são tratados como os principais dilemas contemporâneos, quando o mais importante seria debruçarmo-nos para encontrarmos mecanismos que viabilizem a pratica de tais termos. O rio corria ontem, corre hoje e correrá amanhã, mas, será que hoje conseguimos extrair peixes como ontem?
Somos capazes de encontrar os mesmos animais do passado na mesma proporção?
A FAUNA e a FLORA são ricas sim, mas, até quando?
Se seus Regentes não agirem com Prudência a FAUNA morre e a FLORA permanecerá neste declive.
Muitos cientistas apontam como fator desencadeante do caos, a extração descontrolada, e indica a reeducação de costumes. Apesar de lenta, a metodologia ainda é a mais eficaz para esta problemática.
Assim também é com as artes e seus artistas, fazemos parte desta fauna que caminha rumo á extinção, vitima de uma extração descontrolada.
Não quero com isso generalizar, sei que temos políticos, agentes e dirigentes culturais sensíveis e profundos conhecedores das artes e de seu mecanismo, quem dera estes fossem como a cana de açúcar que encontramos aos montes nos municípios da região, quem dera fosse...
Salve!!! Os Jotas, Paulos, Fabios, Acássios, Osvaldos e mais alguns...
Dersan Magalhães
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