segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Entristece-me



Entristece-me

Entristece-me ao medir a distância que existe entre nós...
Entristece-me olhar pra traz e ver o quanto eu caminhei sem direção...
Andar e vagar sem destino me parece sempre à mesma coisa agora.
Todos procurando um porto seguro que nunca existe de fato, uma miragem a beira do abismo...
A miragem preparada pra nos enganar, nos fazer cair.
A queda nos faz perceber que não existe fundo, não existe fim...
É só a velocidade que se altera, hora lenta, hora rápida de mais, mas é sempre queda.
Vejo a rua que já não passo...
As flores que não colhi...
Os beijos que não te dei...
A vida não vivida, tudo é queda assistida.
Tudo passa tão rápido diante dos meus olhos já marejados...
Tudo passa...
Só o gosto amargo da perda é que insiste em permanecer na boca.
Talvez dentro do fim, exista um começo...Talvez...
Talvez seja só mais uma miragem...
Talvez eu não esteja em queda...
Talvez seja as tuas mãos a me segurar, que me impeçam da queda...
Talvez...
Talvez...
Quem sabe só o talvez seja real...
Será real viver do talvez?
Quem sabe?

Dersan Magalhães

Um comentário:

Clube do Meio Artístico disse...

Lindo poema
Continue para futuramente publicarmos um livro especial

Jotacê Cardoso