Entristece-me
Entristece-me
ao medir a distância que existe entre nós...
Entristece-me
olhar pra traz e ver o quanto eu caminhei sem direção...
Andar e
vagar sem destino me parece sempre à mesma coisa agora.
Todos
procurando um porto seguro que nunca existe de fato, uma miragem a beira do
abismo...
A miragem
preparada pra nos enganar, nos fazer cair.
A queda
nos faz perceber que não existe fundo, não existe fim...
É só a
velocidade que se altera, hora lenta, hora rápida de mais, mas é sempre queda.
Vejo a
rua que já não passo...
As flores
que não colhi...
Os beijos
que não te dei...
A vida
não vivida, tudo é queda assistida.
Tudo
passa tão rápido diante dos meus olhos já marejados...
Tudo
passa...
Só o
gosto amargo da perda é que insiste em permanecer na boca.
Talvez dentro
do fim, exista um começo...Talvez...
Talvez
seja só mais uma miragem...
Talvez eu
não esteja em queda...
Talvez
seja as tuas mãos a me segurar, que me impeçam da queda...
Talvez...
Talvez...
Quem sabe
só o talvez seja real...
Será real
viver do talvez?
Quem
sabe?
Dersan Magalhães
Um comentário:
Lindo poema
Continue para futuramente publicarmos um livro especial
Jotacê Cardoso
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