Arderás comigo!
A
palavra, o silêncio...
Arderás
comigo a palavra que destrói...
A palavra
que nos consome é sempre a que não foi dita.
Que por
um motivo qualquer ficou no ar ou entalada na garganta.
Somos
moldes imperfeitos... Somos apenas moldes falhos a se corrigir.
Somos um
nada quando nos engasgamos com as palavras que deveriam ter sido ditas.
Mas de
que adianta pronuncia-la agora?
De que adiantaria pronuncia-la para seus ouvidos
que já nem aqui estão mais...
De que
valeria tal palavra, pronunciada para ouvidos já surdos de desprezo?
Eu as
engulo e letra a letra, me desce cortando a alma...
Meus
olhos marejados de você cegam-se e em seu silêncio, eu morro sem defesa...
E a cada
segundo sentido por mim, eu me fecho ainda mais, eu me calo...
Seu
perfume que ainda sinto no ar, me dopa e faz lembrar que já partiu...
E nada
fiz pra me escutar, nada falei, sussurrei apenas.
Só
sussurrei... Não me ouviste sussurra? Mas sussurrei eu juro!
Mas não
me ouviu... Não quis ouvir-me.
E no
silêncio se trancou em seu castelo, e me deixou do lado de fora...
Faz frio
aqui, era você a me aquecer não percebia?
E agora
estou a me congelar, mas você esta aquecida em seu castelo de gelo...
O gelo da
raiva é quente pra quem o emana, mas mortalmente frio, pra quem o sente.
E nada
fiz pra impedir-lhe... Nada fiz pra merecer tamanha morte.
Mas morro
a cada segundo do desprezo seu...
Sei que
morro devagar e em seu silêncio...
Conforto
me em saber disso, eu admito esta alegria...
Confesso,
pois sei que sedo ou tarde, após a nossa morte,
Novamente
nos encontraremos e não mais poderá fugir para seu falso castelo de gelo,
E arderás
eternamente em meus braços.
Dersan Magalhães
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