E o novo gera medo, insegurança, assusta às vezes, mas nos desperta. A
curiosidade fala mais alto. Observamos tudo com tanta atenção que somos
abduzidos por esta forma de viver, e ela meu primeiro amor já nem escuto mais,
me disperso com meus afazeres. Pode parecer confuso isso! Mas não é! Não
temos manual de instrução pendurado no pescoço, quem quiser que quebre a
cabeça, que perca tempo se entendendo, pois eu não tenho tempo, a vida passa
muito rápida na frente dos meus olhos e eu vou me descobrindo pelo caminho.
às vezes aprendendo outras ensinando tudo meio
automático, no instinto ou por afinidade é assim que vou vivendo.
Nunca
digo nada do nada. Sempre tenho um propósito. Nasci a quase quarenta anos,
estou em outra fase agora
a luz, o som,
os toques já não me assusta mais e nem me desperta. Vez ou outra eu me pego
pensando na vida, nos erros e acertos que tive. Releio-me, volto no tempo como
quem visita uma tia velha, que somos obrigados a visitar por que a mãe mandou.
Não sinto felicidade em ver-me garoto novamente, nada era tão poético como eu
imaginara. Meu primeiro amor já se foi e eu nem me despedi, nem percebi que
partiria. Ela nunca mais contou histórias e nem eu contei as minhas. Nada de
nada... Tudo dissipado ao vento e esta brisa traz o perfume dela que saudoso me
afoga, cria um nó na goela, paro, respiro fundo e lembro-me do seu afago que
mesmo sem poesia fora meu só meu um dia e nada nem ninguém mudaria isso. Sigo em
frente nas lembranças e vejo outros amores que tive procurando ela em
pedacinhos de atitudes, às vezes até achava, mas tão breve que sumia e me
sobrava apenas à carne com o que me divertia, era bom por um tempo... Mas
também passava e eu seguia em frente na minha busca. Um sorriso aqui outro ali,
flertes dos mais diversos, amores confusos que sempre se acabavam e me deixava só
novamente.
E como se fosse possível
eu começava do zero, seguia em frente e mais adiante outro suposto acerto. Dias,
meses, anos a fio nesta procura inconsciente e como num estalo me deparo frente
a frente com alguém que em nada se parecia com ela, mas
se completou com
a minha chegada, e por isso, ela, a outra pessoa que eu mal conhecia, demonstrara
que já me conhecia e incondicionalmente me dominara como a primeira, ela supre minhas necessidades me
faz sentir-me especial novamente e somos surpreendidos com tal afinidade eu e
ela, Mas o medo que me dominara antes retorna, e de novo assombrado por tal
medo perderei novamente, como sempre acabarei sozinho e ela depois de
conquistar-me se dissipará no vento que como faca sempre corta minha
felicidade. Agora mais experiente, decido ser o senhor do meu destino , decido
ser meu próprio Deus a traçar o meu destino e não espero, corro e fujo do
abandono, mas não percebo que fazendo isso eu é que abandonara a oportunidade,
eu não paro, não quero correr o risco de ser pego por um novo sentimento, sigo
caminhando sem que o arrependimento me
alcançasse, outra tantas e a vida continua, estou a salvo neste isolamento, nada
de paixões, nada de amores, nada de nada...
Um comentário:
Fantástico,simples mas complexo,alegre mas triste...mãe/mulher,e como sempre a decisão de ficar ou partir,de conquistar ou desistir nas nossas mãos...prosseguir é inevitável mesmo que deixemos para trás pessoas que nunca irão nos esquecer e que nunca nos esqueceremos...existem amores eterno...pois como esta bem escrito no texto já nascemos e sentimos esse tal amor incondicional por uma pessoa que nós nem conhecemos...Lindo texto!!!
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