quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Homossexualidade é cultura





Falar deste tema, tipo: Sou contra X Sou a favor, como se estivéssemos em um ring de Box ou em um octógono de MMA, (Que, diga-se de passagem, está na moda) me parece ser desnecessário e claro não é o objetivo deste documentário. Vejo muito mais latente é a questão da liberdade de escolha. Temos o direito de escolher nossas batalhas, ouve um tempo em que a pratica homossexual não só era aceita, mas vista como sendo até um sinal de estátos, fazia parte.
Somos... Ou melhor, vivemos em uma sociedade que logo de cara já sabemos não satisfazer nossos anseios, mas durante a construção de nosso caráter vamos adaptando-se e crescemos com todos tentando nos provar que isto é o certo a ser feito, “temos que nos adaptar”. Em casa, aprendemos a nos comunicar baseados no sistema que já existe “a fala”, depois somos inseridos a um sistema educacional que em tese, nos prepara para um sistema ainda maior, e muito mais competitivo. Porém nesta fase de adaptação somos convencidos que é normal, é assim para todos, e naquele instante, no momento da despedida em frente ao portão da escola vendo outras crianças também sendo iniciadas nesta fase, acreditamos em um mundo de igualdade e oportunidade iguais para todos. Esta crença sofre seu primeiro questionamento quando entramos pela primeira vez na sala de aula ou em um momento qualquer quando não somos escolhidos para este ou aquele grupo. Perguntar o porquê, Para quem? Ah talvez para aquele adulto que fica em pé todos os dias na nossa frente, nos mandando copiar isso.. Decorar aquilo...

"-Você não entende o que eu estou falando menino?
- É surdo?
- Não copiou ainda por quê?
- Venha já para a primeira carteira da fila!
 
Algum tempo depois...

- O menino, mas você ainda não terminou de copiar por que, Não esta enxergando a lousa?
- Bom, não posso atrasar a turma inteira...
- Então copie do seu coleguinha ai do lado, que tenho que apagar a lousa. Bla Bla Bla..."

Pode parecer um exagero de minha parte o monologo a cima, mas muitos de nós já ouvimos uma ou todas estas frases, talvez não no mesmo dia, ou na mesma sequência. Talvez tenhamos tido a sorte de as tela ouvido, não direcionado a nós, mas com certeza todos sabemos que ainda hoje ou talvez exatamente agora tenha uma criança as ouvindo ou sendo testemunha de sua pronuncia. Nós não construímos este molde, este sistema, a cultura, as normas convencionais que emoldura nossa sociedade, não foram construídas por nós, mas somos responsáveis por mante-las intactas ou executar as manutenções que forem necessárias. Classificar, rotular o outro, dominar com o intuito de mudança ou extinção sempre fez parte da história humana, da Cultura dominadora, que se baseia nas diferenças. Quando nos adequamos ao sistema vigente, nos colocamos em uma zona de aparente conforto e cheia de adjetivos sonoramente prazerosos.
Conforto... Prazer... Sermos associados a adjetivos positivos...
Tudo me parece tão tentador!
 Fico imaginando o homem das cavernas diante de tal tentação e pior, como seria se ele sede-se a elas?
Meu caro, com certeza você não estaria ai em frente do céu PC lendo este texto, eu não o teria escrito. Talvez nunca nos falasse, ou partilhássemos uma idéia se quer, estaríamos cada qual na sua caverna, contemplando uma escuridão aparentemente infinita, mas não estamos! Ele, o homem da caverna, não cedeu à tentação da zona de aparente conforto saiu de sua caverna, enfrentou feras, dominou o fogo, se queimou é verdade! Foi engolido muitas vezes! Mas saiu da posição de passageiro de um trem futurista, para a condição de maquinista, não redigiu as normas de conduta (A Cultura) a que somos submetidos, mas criou condições para que o papel em que ela foi escrita fosse desenvolvido. Hoje milhões de anos após, quando olhamos a nossa volta percebemos haver paginas em branco.
Falta muito a muito a ser escrito! Ainda vivemos em uma sociedade que sabemos não nós satisfaz. Não adianta ficarmos esperando que as adequações despenquem do céu como gotas de chuva, de nada adianta ficarmos em nossa caverna esperando que se faça luz, temos o poder de escolher, se e quando devemos sair da caverna, mas temos em primeiro lugar a obrigação de perceber que a questão não se trata de diferença. Classifica-la como diferença, implica antes de mais nada submetê-la a critérios de valores. Em minha opinião, chamamos de diferenças o que na verdade deveríamos apenas chamar de característica, a opção sexual trata somente de mais uma, dentre tantas características humanas que compõe a particularidade de uma pessoa, mas esta é só a minha opinião...

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