segunda-feira, 13 de abril de 2015

"Ouro de giz e chão de tolo"





To precisando de uma sacudida!!!
Na verdade, ando sem rumo.
Profissionalmente estou Feito a música do Raul Seixas" Ouro de tolo", e sentimentalmente tipo "Chão de giz" do Zé Ramalho...
Eu nasci a dez mil anos a trás, rabiscado em um chão de giz eu não vivo minha fase "Boca aberta esperando a morte chegar" nesse mundo de serra pelada, só existe ouro de tolo.
Como milhões de minhocas nos esbaldamos no banquete de terra, nos servimos da mesmice cotidiana...
Fazemos macumbas, oferendas, simpatias, promessas, orações...
Fechamos nossa igreja!
Lacramos o peito!
Apagamos a luz!
Tudo na esperança de que o amor perfeito chegue, e como um raio de um novo sentido a vida...
Que aja luz!
Ou Big Bang!
Anseio de nosso coração, nossa alma pudica.
Mas não!
Tudo é chão de giz...
É folha seca ao chão...
É outono...
É vazio...
Premonição da era glacial...
A paisagem na janela é apenas mais um quadro pintado por mãos hábeis, por de trás, é só tijolo e cimento!
Não existe janela, nem porta... Tudo é só mais uma das diversas paredes estofada que criamos.
Somos nosso próprio enfermeiro, à nos imobilizar...
Somos nós, à injetar alucinógeno em nossa veia quase seca...
Sim!
Somos a palidez original, a rigidez cadavérica, a mosca que pousou na nossa sopa.
Poetas a masturbar-se mais com a rigidez da métrica de um poema lúdico, do que com o sentido real das entrelinhas...
Pintor a lambuzar-se com suas tintas, para que seja confundido com a sua obra, ao invés de o ser reconhecido nela.
Ego centrista disfarçadamente difuso...
Camufladamente altruísta...
Essencialmente fugaz...
Sim somos artista em uma sociedade que não nos carece, que nos desdenha, que me nivela por você, falso amante da dialética...
Por tu, somos a poeira do chão de giz rabiscado por uma alma sonhadora...
Somos Tudo que não gostaríamos de ser...
Por sermos vistos misturado...
Como único tipo real, pasteurizado...
Vivendo de sonhos hibernados...
Atrás de uma sobrevivência...
"O gigante não voltou, ele não existe, tu ainda dorme"
Creio que ninguém esteja de fato acordado...
Talvez, o que estejamos é acomodados as paredes almofadadas e aos modelitos das camisas de força menos ásperas, apenas isso, mas não temos coragem de correr nu no parque do povo ou no Ibirapuera.
O que mais me parece real, aos olhos alheios, soariam como insanidade condenável a uma internação sumária.
Se é que me entende!
Na teoria, todos querem ser feliz custe o que custar...
Mas na prática, ninguém paga o preço real da felicidade, ser julgado impróprio não está nos planos de ninguém.
Todos fazemos contas de mais pra sabermos o quanto perderemos, quando na verdade nada é de fato subtraído e sim somado.
Toda vivência é soma, uma adição a experiência...
mas minha arte me talha...
Como a massa e soro, somos separados...
Acho que estou filósofo demais hoje!
Filosofar de mais, não deixa tempo pra gozar à vida... Na vida... E pela vida...
O filósofo é um quase eunuco.
Pensa, pensa, pensa, mas comer que é bom nada.
Só massageando o clitóris intelectual em um ato narcisista não se chega a lugar algum.
To cansado de ser filósofo, poeta, artista...
To cansado...
As vezes Ser um pedaço de carne, deva ser bom também!
Talvez tudo se resuma em comer e ser comido, e o resto sejam apenas banalidades inventadas pra nós tirar o foco.
Talvez não estejamos no topo da cadeia alimentar...
Talvez sejamos apenas formigas...
Minúsculas formigas...
...ou a folha...
...ou nada...

Dersan Magalhães

12.04.2015



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