sexta-feira, 5 de outubro de 2012

É curiosa a vida da gente...







Na verdade somos capazes de executar diversas coisas durante o decorrer de nossa vida. Nascemos sem saber ao certo o que devemos fazer, mas isto, o motivo de nosso nascimento nem é importante ainda pra nós, e durante um tempo somos completamente dependentes de outra pessoa que se completou com nossa vinda, e por isso, ela, a outra pessoa que nós mal conhecemos, mas ainda assim já nos ama incondicionalmente, supre nossas necessidades básicas. Somos surpreendidos com tal atitude, com o sentimento de segurança que ela nos transmite. Eu nem me comunico direito, mas ela parece que saber tudo o que eu preciso, é estranho isso! Seria ela um anjo? Mas como saber, eu ainda nem falar sei!Mas mesmo que eu soubesse para quem perguntar? Isto já não me importa mais, eu me apaixonei pela primeira vez e também pela primeira vez provo do egoísmo em não querer dividi-la com mais ninguém. Ela achando lindo meu amor me afaga, e demonstra felicidade em ser só minha, me acalma ver isto, me conforta... Com o tempo já não é tão engraçado minha posse, meu ciúme, ela se dispersa com os afazeres e nem ri tanto com as graças que faço. Passo a perceber tudo mudado de novo! Volto a ter medo!Sinto-me inseguro, passo a ficar mais com outros do meu tamanho, vez ou outra eles são cruéis, brigam comigo e quando volto pra casa ela como antes me abraça, mas em seguida se dispersa novamente com sua rotina e eu inicio a minha, ligo a TV, me sento no sofá e entre um programa e outro, ela me chama pra comer. Tudo esta delicioso, mas por que ela não se senta comigo? Porque ela tem tanta pressa... Nada sairá dali, mesa, cadeira, as tarefas, tudo estaria a sua espera depois que terminássemos, mas ela, ela não senta, já não fica para contar histórias ou para ouvir as minhas, mas tudo bem, meu amor por ela é tão grande que mesmo sentindo sua ausência, mesmo já não me sentindo tão importante eu ainda a amo! É mais forte que eu!  Sinto-me deslocado neste mundo, somos expulsos de um corpo por que não era nosso, só o usamos durante por um tempo. Nem sabemos o porquê somos forçados a nascer, nos deparamos com novidades que nos assusta. A luz, o som, os toques, tudo completamente novo e assustador. Vemos-nos rodeados por objetos animados que nos investiga, que nos esfrega, nos limpa, como quem quer apagar as marcas de nossa origem. É realmente tudo novo... aprendemos sobre amor antes mesmo de amar, o egoísmo, a duvida passam a nos seguir como fantasmas, vez ou outra some fica um tempo longe, mas retorna, feroz querendo acabar com tudo que acreditávamos. Sou forte, resisto, ergo-me bem esguio e sigo em frente. O novo me espera!
E o novo gera medo, insegurança, assusta às vezes, mas nos desperta. A curiosidade fala mais alto. Observamos tudo com tanta atenção que somos abduzidos por esta forma de viver, e ela meu primeiro amor já nem escuto mais, me disperso com meus afazeres. Pode parecer confuso isso! Mas não é! Não temos manual de instrução pendurado no pescoço, quem quiser que quebre a cabeça, que perca tempo se entendendo, pois eu não tenho tempo, a vida passa muito rápida na frente dos meus olhos e eu vou me descobrindo pelo caminho.  às vezes aprendendo outras ensinando tudo meio automático, no instinto ou por afinidade é assim que vou vivendo. Nunca digo nada do nada. Sempre tenho um propósito. Nasci a quase quarenta anos, estou em outra fase agora  a luz, o som, os toques já não me assusta mais e nem me desperta. Vez ou outra eu me pego pensando na vida, nos erros e acertos que tive. Releio-me, volto no tempo como quem visita uma tia velha, que somos obrigados a visitar por que a mãe mandou. Não sinto felicidade em ver-me garoto novamente, nada era tão poético como eu imaginara. Meu primeiro amor já se foi e eu nem me despedi, nem percebi que partiria. Ela nunca mais contou histórias e nem eu contei as minhas. Nada de nada... Tudo dissipado ao vento e esta brisa traz o perfume dela que saudoso me afoga, cria um nó na goela, paro, respiro fundo e lembro-me do seu afago que mesmo sem poesia fora meu só meu um dia e nada nem ninguém mudaria isso. Sigo em frente nas lembranças e vejo outros amores que tive procurando ela em pedacinhos de atitudes, às vezes até achava, mas tão breve que sumia e me sobrava apenas à carne com o que me divertia, era bom por um tempo... Mas também passava e eu seguia em frente na minha busca. Um sorriso aqui outro ali, flertes dos mais diversos, amores confusos que sempre se acabavam e me deixava só novamente.
 E como se fosse possível eu começava do zero, seguia em frente e mais adiante outro suposto acerto. Dias, meses, anos a fio nesta procura inconsciente e como num estalo me deparo frente a frente com alguém que em nada se parecia com ela, mas se completou com a minha chegada, e por isso, ela, a outra pessoa que eu mal conhecia, demonstrara que já me conhecia e incondicionalmente me dominara como a primeira, ela supre minhas necessidades me faz sentir-me especial novamente e somos surpreendidos com tal afinidade eu e ela, Mas o medo que me dominara antes retorna, e de novo assombrado por tal medo perderei novamente, como sempre acabarei sozinho e ela depois de conquistar-me se dissipará no vento que como faca sempre corta minha felicidade. Agora mais experiente, decido ser o senhor do meu destino , decido ser meu próprio Deus a traçar o meu destino e não espero, corro e fujo do abandono, mas não percebo que fazendo isso eu é que abandonara a oportunidade, eu não paro, não quero correr o risco de ser pego por um novo sentimento, sigo caminhando sem que o arrependimento  me alcançasse, outra tantas e a vida continua, estou a salvo neste isolamento, nada de paixões, nada de amores, nada de nada...

Dersan Magalhães

Um comentário:

Anônimo disse...

Fantástico,simples mas complexo,alegre mas triste...mãe/mulher,e como sempre a decisão de ficar ou partir,de conquistar ou desistir nas nossas mãos...prosseguir é inevitável mesmo que deixemos para trás pessoas que nunca irão nos esquecer e que nunca nos esqueceremos...existem amores eterno...pois como esta bem escrito no texto já nascemos e sentimos esse tal amor incondicional por uma pessoa que nós nem conhecemos...Lindo texto!!!