terça-feira, 1 de outubro de 2013

Poema - Madrugada

Madrugada


É madrugada, no alto uma janela aberta.
A luz da lua de mãos dadas com a brisa,
invade esta janela e não se vê impedida
pelos lençóis macios que lhe cobre o corpo.

Intencionalmente os retira e a ilumina com  doçura...
A brisa da madrugada que refresca seu corpo despido,
convida-me para que eu também a siga e vele seu sono...
E seja eu a brisa a banhar o fruto de meu desejo mais insano,
talvez você também deseje o meu entrar,
mas eu, como a Lua, estou longe desse corpo...
nem admira-lo posso mais...

Já estive coma brisa...Já fui brisa pra ti...
hoje ao lembrar-me do seu corpo, vejo que também foste a minha.
E como a brisa que desliza seu corpo, também já deslizou sobre o meu.
Tremulo, percorri cada pedaço de seu corpo, perdi-me nas lembranças,
Nos amores...

Flutuei com cada sensação que despertei em ti, pois a via flutuando.
Ao despertar-me para o amor,me vi entrelaçado a ti, completamos nosso destino.
Degustamos da tenra fruta do pecado e ela nos pareceu doce...
Como poderia ela ser a fruta do pecado, se tão doce nos apresentava?
Saciar os desejos terrenos foi apenas a conclusão de um amor profundo.
Como poderíamos nos interpretar como erro, se o que nos ata não é deste mundo?

É madrugada, sinto inveja da lua... Quem me dera ser a Lua em ti agora...
É madrugada, sinto inveja da brisa... Quem me dera ser eu a brisa em ti agora...
Amar não deveria ser pecado nunca! O nunca, é que deveria ser pecado agora!

Dersan Magalhães


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