Ai de mim se não o ouvir! Ai de mim...
Diga-me quem se atreve a concorrer contra mim
Neste casto mundo das palavras...
As que não minhas nem tuas, mas dos anjos que as sussurram em meus ouvidos.
Para abalar-te as estruturas e a desmoronar em meus braços
Ai de mim se eu fosse morada sua...
Ai de mim...
Agora e sempre!
Quente sim!
Mas apenas ele...
E quem dera os fosse suficiente para trazer-lhe até mim.
Mas nada posso!
Apenas posso eu admirar-te de distante ponto.
E como um farol que admira a vastidão do mar eu em silêncio admiro a ti,
Admiro seu corpo repousado a minha frente a me convidar na partilha do
leito.
E como um barco a deriva,
Eu torço para que as correntezas me levem a ti farol.
Porto seguro de mim.
Dos meus pensamentos impuros...
Sedentos de sua carne tenra...
Suculenta...
A despertar-me desejos que o teu e o meu caráter condenariam,
E livres para vivê-los...
Aqui o mar esta bravio...
Turbulento como a vida, que insiste em nos manter distante.
Mas verte ao longe...
Mesmo que tão longe...
Enche-me de esperanças.
Ei de chegar a ti como o barco ao farol em meio à tempestade...
E em sua praia deitarei meu corpo e adormecerei tranquilo.
Pois sei que me velará a noite inteira.
Suave talvez...
Menos quente nunca...
Você sempre me inspira a atirar-me no fogo
Torrar-me inteiro e nada mais tem por aqui...
Nada, só eu mesmo, ou prefere que eu me sirva a ti,
Acompanhado de tomates e cebolas bem picadinhas?
Churrasco sempre cai bem com vinagrete!
O tempero?
Ah!
Ficará por sua conta.
Churrasco, sal e muita brasa.
Não tem segredo, depende do
churrasqueiro
Saber controlar a brasa para que a carne não toste desigual é uma arte...
Acordarei mais tarde... Perderei toda a manhã!
Ou não!
Ela estará lá, mas eu é que não estarei...
Vou ignora-la por completo, só depois darei uma cochilada,
De ter-lhe em ou sonhos...
Acordarei,
Tomarei um banho,
Você é meu poema...
Você é o fim de todos eles.
Posso escreve-te mil vezes...
E em cada uma delas sempre ficará seu cheiro, seu gosto, a tinta que lhe
agrada.
Cada poema meu será sempre a tua descrição em letras e versos a poetizar
o ar...
E como as serpentes, você me beija e sente tudo por seu beijo, cheiros,
gostos,
Sabores, texturas, meus tremores de suas defesas, sou preza fácil...
Você faz isso comigo...
O seu beijo me testa...
Imagina-me seu...
Sabe tudo de mim e eu me entrego, eu quero ser consumido por ti serpente.
Quero alimentar-lhe e que sejas meu alimento.
Perigosa?
Não, você não é perigosa,
A não ser que o queira ser, este é o instinto natural.
Juntos, somos naturais...
Do pegar na mão ao beijo...
Tudo sempre natural...
Se eu penso...
Você logo realisa...
Sinto-me compreendido, entendeu meu desejo.
Que eu consiga dar-te o que merece.
E que nossos desejos se entrelacem.
Que seja um neste dia...
E em todos os que vierem depois dele.
Neste dia que seja eu o meu poema em você...
E que você o seja em mim...
Hoje quem esta transbordando sou eu...
Sou eu quem amolece diante das minhas palavras...
E quanto mais eu escrevo, mais ainda derreto-me em brasas...
E como um rio de lava eu te envolverei
E como um rio de lava eu te envolverei
E queimaremos até que sejamos pó novamente
E nada mais existirá...
Nada!
Nem som...
Nem som...
Nem rua...
Nem gente alguma...
Nem caminhos de volta...
Só nós dois nesta hora.
O mundo se calará diante do nosso amor e eu com meu corpo ainda quente,
Quase fervendo vou abraçar-te, e neste silencio tão intenso te direi o
nome que ficará gravado nos teus ouvidos...
E saberás que é minha pra sempre e este som ficará na sua mente por dias,
meses, anos.
Como um eco as avessas meu nome aumentará de volume até não mais escutar nenhum outro a não ser o meu.
Como um eco as avessas meu nome aumentará de volume até não mais escutar nenhum outro a não ser o meu.
Confesso que o mesmo já acontece comigo há anos, tentei tapar-me os
ouvidos admito,
Mas olho eu aqui implorando para que o grite novamente
Ai de mim se não o ouvir! Ai de mim...
Serei só mais um a perambular a procura do seu som,
Do eco de seu cheiro, do seu eu perdido em mim.
Dersan Magalhães
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