Quando eu for capaz
de morrer, morrerá comigo meus fantasmas...
Quando eu for capaz de morrer, morrerá comigo minhas duvidas...
Quando eu for capaz
de morrer, morrerá também minhas certezas...
Ah! Morrerá comigo a
obrigação de ser certinho...
Quando eu for capaz
de morrer, morreram as minhas culpas...
Quando eu for capaz
de morrer, morreram os meus pecados...
Quando eu for capaz
de morrer, morrerei da apatia da vida...
Morrerei por não ter
sorrido mais...
Morrerei por não ter
brincado mais...
Morrerei por não ter
ouvido nãos...
Morrerei por não os
telo dito...
Quando eu for capaz de
morrer, apenas morrerei e pronto!
E depois de ter
morrido, que eu esteja preparado para renascer...
Para ser um novo
homem,
Com novas duvidas,
Nenhuma certeza...
Que eu tenha muito
espaço para pecar,
Mas não um pecar dolorido!
Que machuca!
Perdoável até!
Mas que não me sobre espaço
para a apatia...
Que eu já saiba
sorrir muito e aprenda novas brincadeiras...
Que eu!
Aquele eu,
Que jaz...
Aquele que morrera
antes...
Que tenha
sepultamento solene.
Que sua cova seja bem
profunda.
Que seu local seja esquecido,
E suas missas celebradas
dia a dia.
Que dancem sobre ti e
que cantem sua morte!
E que só fique um
epitáfio a dizer:
“Não nasceu idiota”.
Mas viveu como tal,
E morreu mais ainda...
Que ao renascer, o
seja menos...
Dersan Magalhães
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