segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A lenda do passaro de fogo



A LENDA DO PÁSSARO DE FOGO

Uma história de Amor Capixaba.
Morro do Mestre Álvaro, Serra, ES
e Monte Mochuara (Moxuara), Cariacica, ES




Uma história de Amor Capixaba. Monte Mochuara (Moxuara), Cariacica, ES (Índia Jacira) e Morro do Mestre Álvaro, Serra, ES (Índio Guaraci). Nas fotos de Clério José Borges, o Morro do Mochuara em Cariacica, visto da Rodovia do Contorno (BR 101 Norte) e o Morro do Mestre Álvaro, na Serra, visto do Convento da Penha em Vila Velha, ES.
Serra e Cariacica são cúmplices numa história de amor. As duas cidades, segundo conta a lenda, relatada entre outros historiadores por Maria Stela de Novaes, estão ligadas para sempre pela força de um sentimento que une até hoje o índio Guaraci (Tribo Temiminó) e a índia Jaciara (Tribo dos Botocudos). Guaraci, em Tupi significa Sol, Verão. Jaciara significa Tempos de Luar, Noites com raios de Lua.
Pertencentes a duas tribos inimigas - Temiminós e Botocudos - o jovem casal foi impedido de viver a sua história de amor. Comovido com a paixão dos dois índios, o Deus Tupã transformou-os em duas montanhas. O índio ficou sendo o Mestre Álvaro, na Serra, (Foto) e a índia, o monte Moxuara, em Cariacica. O nome Mestre Álvaro é uma homenagem do Padre Jesuíta Braz Lourenço (Fundador da Serra) ao Capitão e Mestre de Navio de nome Álvaro da Costa, filho do segundo Governador Geral do Brasil, Dom Duarte da Costa. (Na foto de Clério José Borges, o Mestre Álvaro, com os seus 833 metros de altura, visto da altitude de 154 metros, do Morro do Convento da Penha, com a ilha de Vitória, Capital do Estado em primeiro plano).

O Mochuara (Moxuara) - Foto ao lado - é um Morro que fica em Cariacica. Tanto Serra e Cariacica são cidades limítrofes e fazem parte da Grande Vitória, Capital do Estado do Espírito Santo. A imponência do Mochuara se destaca ao longe. Ao lado do Mestre Álvaro, na Serra, o Mochuara, em Cariacica, é o símbolo do município, como o Convento da Penha é de Vila Velha. Habitat de diversas espécies ameaçadas de extinção, como o araçá do mato, o pau dalho, o cobi-da-terra, o cobi-da-pedra, o jequitibá e o jeriquitim, sua fauna é composta de beija-flores, pica-paus, lagartos e outros bichos. A imponência do monte, serviu de referência para os viajantes e aventureiros que, nos primeiros séculos do Brasil, percorriam os sertões do Espírito Santo em busca de novas terras e riquezas minerais. Na língua dos índios que habitavam o local, o nome Mochuara quer dizer pedra irmã, mas relatos históricos dizem que quando corsários franceses chegaram à baia de Vitória, a neblina que encobria o monte lembrava um imenso pano branco. Daí a expressão mouchoir, que quer dizer lenço e se pronuncia "muchuá". Do monte descia o Rio Cariacica, que deu nome ao Município.
Mestre Álvaro e Mochuara estão frente a frente, contemplando um ao outro e assim ficarão por toda a eternidade. Segundo o historiador Clério José Borges, um "Pássaro de fogo" sempre é visto nas noites de São João, (24 de junho), indo do Mestre Álvaro ao Moxuara, abençoando o amor de Guaraci e Jaciara. Prova de que homens e histórias passam, mas corações não morrem jamais. Observem que esta Lenda Capixaba conta a história de um Pássaro de Fogo que colabora na união do jovem casal. Há uma semelhança muito grande com a Lenda Russa do Pássaro de Fogo, imortalizada pelo grande Maestro Igor Stravinsky.


Montanha (Serra) do Mestre Álvaro, na Cidade da Serra, ES, fotografada do Convento da Penha em Vila Velha e Morro do Mochuara, Cariacica

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