“É quando me acho em
minhas palavras, que você se perde nelas.”
Palavras...
Um universo inteiro
de poesias não escritas...
De sentimentos, ainda não formulados.
Talvez por ousadia
minha as tente descrever,
Talvez...
Mas de que adianta
sentir se não as tentarmos entender?
Para que entender
então?
Se ao descrevê-las poderiam
as confundir com sordidez ou pornografia barata?
A meu ver, torna-se
cada vez mais delicioso andar no fio da navalha,
O perigo de cortar-me
é o que me move agora e a cada letra,
Cada frase escrita sentir as pernas trêmulas...
É viciante!
E que venha os vícios
sadios,
Que seja eu consumido
pelas minhas palavras,
Que sejamos, eu e
você incinerados neste fogo das palavras...
Que minhas palavras sejam a lenha, o combustível
para aumentar esta chama
À nos consumir...
É quando me acho em
minhas palavras,
A se entregar em flor
aberta para meu deleite.
Chove lá fora exatamente
agora.
O som da chuva nos convida pra brincarmos sob
ela, `
E nem ela seria capaz
de apagar agora o fogo das palavras que escrevi ou venha a escrever.
Pode ser que nos
molhemos...
Podemos nos molhar
mesmo!
Mas talvez seja esta a
intenção!
É a lei das águas...
Molhemo-nos,
Hoje e sempre!
Quem sai na chuva tem
que se molhar mesmo!
Valerá a pena verte
com um sorriso neste rosto molhado de chuva ou de mim.
E que nos afogue cada
gota caída do céu.
E que elas sejam navalhas
a lhe rasgar os pudores,
A lhe deixar despida
deles...
Que seja então!
E nesta dança sob a
chuva e ainda envolto dos vapores dela,
Que possamos nós, nos
sentir também no céu...
E como anjos degustar
dos prazeres divinos do amor.
E que as nuvens, nos protejam
de olhares sujos e condenáveis...
Que não sejamos anjos
caídos...
Que não sejamos anjos
expulsos do paraíso.
Que não o sejamos
nunca!
Que não possamos
sentir os abalos sob nossos pés...
Sejamos delicados a
nos movimentar nesta dança.
E nos movimentemos
com cuidado...
Para que os demônios da
infelicidade não despertem...
E nos ataquem vorazes
por nossa alma...
Que este amor nos de
passe livre para podermos viajar sempre...
Que sejamos o vento
nesta rota Céu e Terra.
E que percebas que nosso
amor foi multiplicado pelos grãos de areia na ampulheta do tempo...
E que ao contrario do
que aparentava, o tempo nos foi generoso.
Sejamos nós agora, a
própria areia a deslizar por entre a ampulheta.
E sejamos embalados
por cada tombar de ciclo...
E que o movimento nos
misture...
Nos cale só por um
momento apenas...
É quando me acho em
você, que você se perde nas palavras...
Que eu me perco em
mim.
Dersan Magalhães
Um comentário:
E como não se perder num emaranhado de palavras desses...?
Tem muito sentimento, muita busca, muito do muito...
Não se tem o que dizer em meio a tantas palavras a tantos desejos...
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