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Não te importa?
Se
sabeis a dor de ter no peito o coração arrancado e ainda assim o fases ao
outro, é porque teu peito a tempos anda cheio apenas de ti.
Se
realmente sabes da importância de sua existência, fazer-se de morta é
homicídio. Cada gesto seu foi meu combustível, mesmo quando caminhei a passos
lentos, foi em ti que achei alimento.
Nada
que de ti extrai ou me foi dado, foi em vão, em verdade, sinto falta, as vezes
até o ódio por não compreender me me toma. Como pode persistir tamanho amor
diante de tão grande vazio?
Meu
lamento não é um pesar de mim ou auto piedade, mas tristeza enraizada no vazio
que ficou. Tanto almejei a partir de ti, após abrir meu coração, admitir
fraquezas e dúvidas de como fortalecer me, mas e agora?
Volto
ao começo na busca solitária por polimento?
Hoje
queria apenas as palavras que me gritavam não alma amor verdadeiro...
Hoje
queria apenas o cheiro perfumado dó seu viço...
De
ti, apenas o olhar, mesmo que severo e repreendedor já seria um bálsamo.
Era
você o meu Jordão a correr em mim e nutrir-me, mas este rio inteiro secou e
apenas me sobrou o deserto para seguir.
A
areia escaldante sob meus pés e volta e meia uma miragem de falso alento,
convida-me a parar, nas mãos uma buçala quebrada em forma de coração, mas sigo
quase cego neste deserto solitário tendo como sombra uma esperança insana e uma
fé inabalável.
É
o que me restou...
Dersa
Magalhães
14.03.2014
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