quinta-feira, 3 de abril de 2014

poema-044 A coxia...

44#  A coxia...

Dentro do peito desmonto cena por cena
Dentro do peito me desfaço, me desnudo.
Mudo...
Corto-me em mil pedaços, faço-me em retalhos.
Dentro do peito eu me perco, costuro-me, tento entender o enredo ele é minha coxia.
Exponho-me apenas a mim...
Mas na vida...
Ai a vida! Ela é palco ingrato, picadeiro nada nobre.
Palco do tolo, do improvisador, nela retirei a maquiagem tosca que cobria a minha face, crendo que a verdade libertaria a alma...
Tudo engano, era cinza a minha frente!!!
 sem luz ou som de plateia,
Fui o primeiro a dar a cara a tapa, a mostrar-me em pelos,
A lançar-me no vazio!!!
Com passos firmes de um tolo sem asas pra voar, fui ao chão.
Na escuridão, aqueles cuja a face protegia-se do escarno, 
brindaram-me com granidos e urros de alegria...
Nada mais foi dito...
Fui além, murchei e enterrei-me...


Dersan Magalhães

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