44# A coxia...
Dentro
do peito desmonto cena por cena
Dentro
do peito me desfaço, me desnudo.
Mudo...
Corto-me
em mil pedaços, faço-me em retalhos.
Dentro
do peito eu me perco, costuro-me, tento entender o enredo ele é minha coxia.
Exponho-me
apenas a mim...
Ai
a vida! Ela é palco ingrato, picadeiro nada nobre.
Palco
do tolo, do improvisador, nela retirei a maquiagem tosca que cobria a minha
face, crendo que a verdade libertaria a alma...
Tudo engano, era cinza a minha frente!!!
sem luz ou som de plateia,
sem luz ou som de plateia,
Fui
o primeiro a dar a cara a tapa, a mostrar-me em pelos,
A
lançar-me no vazio!!!
Com
passos firmes de um tolo sem asas pra voar, fui ao chão.
Na escuridão, aqueles cuja a face protegia-se do escarno,
brindaram-me com granidos e urros de alegria...
brindaram-me com granidos e urros de alegria...
Nada mais foi dito...
Fui
além, murchei e enterrei-me...
Dersan
Magalhães
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