segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Quando for capaz...



Quando for capaz de morrer...

Quando eu for capaz de morrer, morrerá comigo meus fantasmas...
     Quando eu for capaz de morrer, morrerá comigo minhas duvidas...
Quando eu for capaz de morrer, morrerá também minhas certezas...

Ah! Morrerá comigo a obrigação de ser certinho...

Quando eu for capaz de morrer, morreram as minhas culpas...
Quando eu for capaz de morrer, morreram os meus pecados...
Quando eu for capaz de morrer, morrerei da apatia da vida...

Ah! Morrerá comigo tudo que eu tenha acreditado ser...

Morrerei por não ter sorrido mais...
Morrerei por não ter brincado mais...
Morrerei por não ter ouvido nãos...
Morrerei por não os telo dito...

Quando eu for capaz de morrer, apenas morrerei e pronto!

E depois de ter morrido, que eu esteja preparado para renascer...
Para ser um novo homem,
 Com novas duvidas,
Nenhuma certeza...
Que eu tenha muito espaço para pecar,
Mas não um pecar dolorido!
Que machuca!
Mas um pecar, picante, ardente...
Perdoável até!
Mas que não me sobre espaço para a apatia...
Que eu já saiba sorrir muito e aprenda novas brincadeiras...

Que eu!
Aquele eu,
Que jaz...
Aquele que morrera antes...
Que tenha sepultamento solene.
Que sua cova seja bem profunda.
Que seu local seja esquecido,
E suas missas celebradas dia a dia.
Que dancem sobre ti e que cantem sua morte!
 
E que só fique um epitáfio a dizer:

“Não nasceu idiota”.
Mas viveu como tal,
E morreu mais ainda...
Que ao renascer, o seja menos...




Dersan Magalhães

Nenhum comentário: