terça-feira, 6 de novembro de 2012

Uma porção perfeita



Uma porção perfeita

 
Ah! Que porção perfeita esta tua...
A balançar na minha frente...
Em constante compasso como um zig-zag de passo
A me seduzir...
Ah!  Que porção perfeita esta tua.
Mesmo que não nua, já me deixa rubro.
De pudor me cubro a pensar-te nela
E se deslizar-lhes os olhos...
Pernas...
Tornozelos perfeitos...
Pés pequenos...
Dedos finos...
Vejo o inicio deste corpo teu.
Onde nasce todo o seu movimento
Deslizo-me por entre suas pernas
Que por querer-me abrem-se em flor
Meu queixo tombado de admiração
Com tanta beleza em uma só porção
Acelera-me o peito, volto a subir...
Passo então por ela sem me distrair
Risco sua espinha, chego a sua nuca,
Afago lhe o pescoço só com meu olhar
Rogo-lhe que vires em meu pensamento
Verte então de frente, só por um momento,
Olhar doce, boca entre aberta...
Lábios úmidos a me convidar...
Qual será o sabor desta boca sua,
Qual será, quando unir-se a minha?
Não tendo resposta para tal dilema
Sigo seu contorno, conto meus desejos.
Entrelaçando os dedos como em uma figa
Laço-me de ti, deixo-me amarrado...
Para que eu não me entregue...
Olha-me de lado.
Respiro, controlo-me...
Mas não consigo apagar-te da cabeça.
E novamente começo a te viajar inteira
E minhas mãos lhe percorrendo toda.
A lhe desenhar.
Eu sonho!
Perturba-me!
Com perturba-me também,
O não ter-lhe por agora...
Ah!
Volto a pensar em cada pedacinho teu...
Que se minhas mãos pudessem,
Percorriam-lhe o corpo, a procura-lhe os desejos.
Todos que em silêncio se escondem,
Mas ai de mim se permitirce...
Ai de mim...
Se eu me perdesse em teus desejos,
Nunca mais me acharia são.
Permaneceria louco para tê-los
Para sempre...


 


Dersan Magalhães

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