Calar-se...
Como
é difícil calar-se, quando o que nosso coração mais quer é gritar...
.
Fazer versos sem rima alguma, apenas para dizer baixinho o que o peito
gritaria.
Ah!
se possível fosse...
Ah!
como eu gostaria de gritar ao vento, se me fosse permitido...
Por
vez de raiva, em outras por amor incontido, eu gritaria com fôlego de menino o
mais ensurdecedor dos gritos....
Amo!
Amo!
Amo!
Mas
pra que serviria meus gritos ao vento
se
os teus ouvidos nem chegaria?
De
nada serve amar, de nada adiantaria...
abrir
o peito pra que,
se
não existe porque nele fazer moradia
é
terra infértil pra ti,
à
projetar o sombrio e a solidão da alma.
Prefiro
ouvir o seu...
A
gritar-me com doçura e por ele ser tomado...
Ah!
como eu queria
Nem
que fosse um sussurro
Saindo
dos lábios seus...
Guardar
teu som tão baixinho
Como
um grão de areia sozinho
Um
afago no coração...
Minha
luz na escuridão...
Mas
ao contrário disso tudo,
Meu
tudo já foi negado
E
eu, um mero infame
Por
ti ficarei blindado
E
não mais saberei o que seja
Ser
amado.
Dersan
Magalhães
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