sábado, 29 de março de 2014

Poema-005 Calar-se...

Calar-se...

Como é difícil calar-se, quando o que nosso coração mais quer é gritar...
. Fazer versos sem rima alguma, apenas para dizer baixinho o que o peito gritaria.
Ah! se possível fosse...
Ah! como eu gostaria de gritar ao vento, se me fosse permitido...
Por vez de raiva, em outras por amor incontido, eu gritaria com fôlego de menino o mais ensurdecedor dos gritos....
Amo!
Amo!
Amo!
Mas pra que serviria meus gritos ao vento
se os teus ouvidos nem chegaria?
De nada serve amar, de nada adiantaria...
abrir o peito pra que,
se não existe porque nele fazer moradia
é terra infértil pra ti,
à projetar o sombrio e a solidão da alma.
Prefiro ouvir o seu...
A gritar-me com doçura e por ele ser tomado...
Ah! como eu queria
Nem que fosse um sussurro
Saindo dos lábios seus...
Guardar teu som tão baixinho
Como um grão de areia sozinho
Um afago no coração...
Minha luz na escuridão...
Mas ao contrário disso tudo,
Meu tudo já foi negado
E eu, um mero infame
Por ti ficarei blindado
E não mais saberei o que seja
Ser amado.



Dersan Magalhães

Nenhum comentário: