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A mudez...
Tanto
pra lhe dizer e nenhum tempo tem lhe sobrando, segue preferindo o meu silêncio
e nada mais...
As
lembranças que me torturam, em ti São apenas vidro embalado em jornal velho,
segue preferindo encaixotá-las à adornar sua cristaleira.
Vivo
a impotência de um mudo em cantar seu amor ou gritar sua raiva do silêncio a
que foi condenado.
Não
desisto, mas percebo o envelhecer se aproximando, quem dera a velhice nos
brinda-se apenas com a experiência de vida, mas traz com sigo as mazelas de um
corpo cansado.
Cada
cicatriz que adquirimos tem impresso uma história e como uma radiografia,
mostra de que é feita a nossa estrutura.
Olho-me
no espelho...
Não
me espanta ver meu corpo desfigurado e minha pele distorcida.
Queimei-me
pela vida...
Enruguei...
Desidratei...
Agora
sou deserto escaldante ao longo do dia e congelante a noite.
Dividida
mente compactado em embalagem a vácuo como pede a modernidade.
Sigo
com meu coração devidamente classificado e empilhado como outros tantos e o
seu.
Dersan
Magalhães
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