14#
Areia ...
Vivia
com medo da morte, e ela sempre a rondar-me como carrossel.
Relutei
em ser areia, lutei contra a solidão, mas namorei-a noite após noite.
Lapidei-me,
Poli cada cantinho meu, dia após dia, tornei-me visivelmente podido.
Errei!
Fui mero vidro podido e nada mais aos seus olhos.
Em
segundos, reconheço em mim, apenas cacos de vidro a esparramar-se pela calçada.
Vários!
Milhares de cubinhos imperfeitos em sua geometria, mas ainda cacos de vidro.
A
espera de mãos preocupadas em cortar-se, restou-me apenas a pá e a vassoura,
nada digno para quem pensou ser diamante lapidado, mas esperado, admito!
Triste
fim, mas já não temo a morte, despojo-me de tudo e a recebo com serenidade
talvez eu volte a ser areia, não sei ...
Dersa
Magalhães
Nenhum comentário:
Postar um comentário