domingo, 30 de março de 2014

Poema-042 Do abismo...

42# Do abismo...


Perco-me no abismo das minhas palavras
Ato-me a cada uma delas como degraus de uma escada velha,
Que subo a passos lentos e constantes...

Firmo os pés para não desequilibrar-me diante dos fantasmas de sentimentos,
Sigo a diante nesta escalada em direção ao sol, para que ao menos ele me aqueça.
Nas paredes, vejo as lágrimas que eu mesmo derramei, sob meus pés um rio inteiro delas...
Mas eu, continuo firme e nem mesmo o temor do ranger da escada me assusta mais,
Já cai tantas que vezes que uma queda eminente seria apenas mais uma dentre tantas que não me fizeram desistir.

Sou alma livre em busca de esticar as asas para o voo...
Tenho a liberdade impressa no peito e nas mãos as ferramentas para pintar meu céu...
Sou vulto para o cansaço, ele não me enxerga mais
Quisera ele
Que não fosse, para tomar-me nos braços e esmagar-me,
Mas eu já vejo a luz a refletir em meu rosto e beija-lo
Com doçura...
Não tarda meu voo e com meus joelhos curvados nada irá impedi-lo.
Beijarei a lua em seu nome musa minha
e que seja meu o seu beijo um dia...
Que seja...


Dersan Magalhães

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